

Você tem medo de se posicionar no seu trabalho, falar durante reuniões ou vender ideias para seu chefe? Isso pode ter relação com a falta de autoconfiança. Neste artigo, compartilho a matéria que fui entrevistada sobre como aumentar a autoconfiança no trabalho, publicada na Newsletter “Folha Carreiras” da Folha de S.Paulo. A matéria foi escrita por Beatriz Pecinato, Estudante de jornalismo na USP e contou com a participação de Luciane Vecchio, Jaqueline Garutti e Rodolfo Eschenbach.
Falta Confiança? Veja dicas de como desenvolver essa habilidade
Imagine o cenário: alguém na sua empresa faz uma apresentação para solicitar recursos financeiros para um projeto. Durante a reunião, a pessoa apresenta slides com todas as informações necessárias. Na hora das perguntas, ela não tenta inventar respostas para as questões que não sabe; é sincera e só responde sobre o que realmente tem conhecimento. Não titubeia na hora de falar, e dá para ver que ela se preparou bastante para aquele momento. (Sim, como esse é o assunto da newsletter, você provavelmente adivinhou): o exemplo acima ilustra o que é ser uma pessoa confiante.
O que isso significa?
O campo da psicologia define a confiança como um traço psicológico. Ela é influenciada por experiências sociais e por interação com o meio. Desde a infância, as experiências impactam na autoconfiança de uma pessoa. Além disso, para o mercado de trabalho, pessoas confiantes são aquelas que apresentam boas habilidades de comunicação verbal e não verbal.
↳ O primeiro tipo diz respeito à capacidade de conseguir expressar suas ideias, tirar dúvidas quando não entende alguma demanda e ir atrás de informações relevantes, explica.
↳ O segundo tipo diz respeito à linguagem corporal. Manter os braços cruzados e a cabeça baixa, por exemplo, pode indicar desconforto ou medo.
Mas, calma. Não se sentir seguro o tempo todo é natural. Ao entrar em um novo emprego, por exemplo, você ainda não conhece de perto sua equipe e o dia a dia da empresa. Por isso, é normal se sentir pouco confiante sobre o trabalho que está desempenhando ou sobre como será recepcionado naquele local desconhecido.
Com o passar do tempo, é normal que a familiarização com o local e com o time ajudem a desenvolver esse traço. E o que pode estar por trás dessa falta de confiança? Não existe um único fator determinante, e sim um misto de questões internas e questões relacionadas ao ambiente em que os profissionais estão, como:
1. Experiências anteriores que tiveram resultados negativos
Pessoas que falaram em público mas não foram bem recebidas, por exemplo, podem criar traumas relacionados a essas situações. Andry conta sobre uma experiência pessoal: Na infância, sofria bullyinge tinha medo de falar em público por isso. Quando ingressou no mercado de trabalho, aquela situação do passado a impedia de falar para muitas pessoas e de se posicionar, pois tinha medo de sofrer novamente.
2. Comparação
As redes sociais permitem que as pessoas postem sobre suas vidas (pessoais e profissionais) o tempo todo. Muitas vezes, vemos pessoas da nossa idade, ou até mais novas, em cargos mais avançados ou realizando grandes conquistas. Por este motivo, a comparação exagerada pode ser prejudicial. Busque focar na sua evolução pessoal e profissional
Jaqueline Garutti, Consultora de carreira diz: “Com a comparação, a gente tem um processo de auto cobrança muito grande, e acaba tendo uma visão distorcida nossa, de que nós não somos bons o suficiente”
3. Ambientes tóxicos de trabalho
Empresas que incentivam competições e entregas a qualquer custo, prejudicando a saúde física e mental podem ser consideradas possivelmente tóxicos, e esse conjunto pode prejudicar a confiança dos profissionais que estão inseridos em ambientes assim.
“Se uma pessoa já viveu alguma situação em que ela foi ofendida, ou viu um colega sendo ofendido, isso certamente desanima a equipe” exemplifica Andry.
Como consequência, os profissionais podem deixar de questionar quando têm alguma dúvida, com medo de serem reprimidos, ou até deixar de entregar demandas, por medo de errarem e serem julgados.
É possível melhorar essa falta de confiança?
Segundo a especialista, sim. A Psicóloga Luciane Vecchio explicou que existam fatores sociais que influenciam esse traço psicológico. Veja então algumas dicas de como melhorar sua confiança:
Fique atento à linguagem corporal
A forma como nos posicionamos diz muito sobre o que estamos passando internamente. “Se uma pessoa anda muito cabisbaixa ou de braços cruzados, se protegendo, é porque pode estar se sentindo frágil” pontua Andry. Por isso, adote uma postura que exala mais confiança, mantendo a cabeça erguida e os braços relaxados.
Saia da zona de conforto
Atenção a esse passo: se desafiar a fazer coisas que você não está acostumado é importante, mas cuidado para não extrapolar seus limites. “Se uma pessoa tem receio de falar em público, começar expondo uma opinião contrária durante uma reunião talvez não seja o melhor cenário” explica Andry. Nesse caso, seria mais interessante chamar a pessoa responsável pela reunião em outro momento e defender seu ponto de vista diferente, sempre de forma respeitosa.
Esteja cercado de boas companhias
“Estar rodeado de pessoas tóxicas, ou que têm o hábito de julgar o outro pode prejudicar sua autoestima” exemplifica a palestrante. Ter amigos em quem você pode se espelhar e contar é importante para te ajudar a alcançar seus objetivos.
Estude
Existem ferramentas que podem lhe ajudar com dificuldades pontuais. Por exemplo: Quer se comunicar melhor? Procure cursos de oratória e estude sobre comunicação verbal e não verbal. Fica inseguro ao mostrar as planilhas que monta? Assista a aulas sobre o tema e peça feedbacks. Não está se sentindo confiante sobre o trabalho que desempenha? Pergunte ao seu gestor o que ele pensa.
Conselhos de CEO
Rodolfo Eschenbach é Presidente da Accenture para Brasil e América Latina e membro do Comitê de Gestão Global da Accenture. Ele é pós-graduado em Engenharia Mecânica pela Escola Politécnica de São Paulo e possui MBA Executivo em Finanças pelo IBMEC. Com 30 anos de experiência na Accenture, o executivo liderou diversas iniciativas nacionais e internacionais de transformação para grandes clientes da consultoria, incluindo Petrobras, Unilever, Natura e Brasil Telecom.

Confira as dicas de Rodolfo para quem está iniciando a carreira
“Uma habilidade essencial é a de desenvolver simultaneamente os skills técnicos precisos e a capacidade de atrair as pessoas para o mesmo propósito”
“Um conselho para jovens profissionais é: Seja resiliente.O imediatismo é inimigo de uma carreira consistente. Mudanças hoje se sucedem em alta velocidade não só por conta da revolução tecnológica. Há transformações impostas por cenários econômicos, desafios políticos e sociais cada vez mais complexos. Portanto, a sua promoção, a aceleração da sua carreira, nem sempre serão simultâneos à sua vontade. O mercado frustra você e os planos das empresas. É preciso olhar para além de si, compreender o cenário e, acima de tudo, acreditar no próprio propósito e não no desejo momentâneo”.
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Sou a Andry Pedroso, Eleita LinkedIn Top Voice e Creator no Brasil, Mestre em Saúde da Comunicação Humana, Pós-Graduada em Gestão Empresarial, Docente nos cursos de Pós-Graduação “Neurociência Afetiva e Psicologia dos Hábitos” na UNINAS e “Nutrição Hospitalar” na Plenitude Educação, Palestrante de Alta Performance, Estrategista de Posicionamento Digital, Colunista na Revista Simple Business sobre Alta Performance, Embaixadora e Influenciadora Digital de marcas e Autora dos livros 365 Ideias para Nutricionistas e Personal Branding para Profissionais da Saúde.